segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Nova Zelândia, lugar para radicalizar

Os melhores anfitriões!


Auckland



Kiwi Experience


Nova Zelândia - Ilha Sul



Abel Tasman




Abel Tasman





P. Party














Franz Josef














Skydiving - sim, sou eu!!!!!






Atenção tripulantes, preparem-se para aterrissar na Oceania, mais um continente a ser desbravado na viagem de volta ao mundo de Mariana Stock!

Fui parar na Nova Zelândia, mais precisamente em Auckland, a maior cidade do país. Basicamente, a Nova Zelândia está dividida em duas ilhas, a norte e a sul. Auckland fica na ilha norte, cidade onde fui recepcionada calorosamente pela Cris e pelo Vini, amigos de longa data do Brasil que resolveram se aventurar por terras neozelandesas e acabaram não voltando mais para a pátria amada. Só depois que a gente vai pra Nova Zelândia é que entende porque tantos brasileiros vêm para o país e resolvem não voltar. O país dos kiwis oferece uma série de quesitos que são tentadores para qualquer cidadão: segurança, oportunidades de emprego, qualidade de vida e de quebra uma paisagem belíssima, provavelmente uma das mais bonitas do planeta Terra.

Voltando a minha recepção calorosa, em Auckland desfrutei de uma estadia de rainha por 3 noites restauradoras na casa dos meus queridos amigos. Hoje vejo que esta estadia foi o que me rendeu o fôlego extra que precisava para encarar todas as aventuras que fiz no país. Nos dias em Auckland, descobri que a Cris e o Vini aperfeiçoaram muito os seus dotes culinários. Só comi do bom e do melhor! Salmão grelhado com verduras do Vini (com direito a replay!), pizza caseira e uma lasanha de berinjela deliciosa preparada pela Cris. Isso sem falar no café da manhã reforçado de todos os dias: pão integral com ricota fresca, molho pesto, tomate e ovo pouchê. Alguém tem dúvida de que passei muito bem em Auckland?

Bom, como tinha apenas 15 dias na Nova Zelândia, eu tive que optar qual das ilhas iria desbravar. Seguindo o conselho de algumas pessoas que conheci durante a viagem, resolvi encarar a ilha Sul, que segundo a maioria é mais bonita e reduto de práticas de esportes radicais. Para facilitar a minha vida, optei por embarcar no Kiwi Experience, um sistema de ônibus “hop on, hop off” que passa pelas principais cidades da ilha sul. O tal do sistema “hop on, hop off” funciona da seguinte forma: o ônibus passa pelas cidades e cada um que está dentro do ônibus resolve se vai ficar na parada ou se vai permanecer no auto até a próxima cidade. De tempos em tempos vem outro ônibus fazendo a mesma rota, aí vc pode cair na estrada novamente e seguir para o próximo destino. A idéia é super legal, prática, segura e também um pouco cara, mas vale a pena! Só tem gente jovem no ônibus e a animação é total!!

De Auckland peguei um vôo até Christchurch, uma cidadezinha na ilha sul onde iniciei minha viagem no ônibus verde do Kiwi Experience. Segui com o verdinho por mais de 7 horas até chegar em Nelson. Já no primeiro trecho viajado fiquei extasiada com a beleza das paisagens, muitas montanhas, rios cristalinos, flores e árvores que formavam um cenário digno de locação de paraíso! Em Nelson “pulei” do ônibus para visitar o famoso parque nacional Abel Tasman onde o destaque são as longas caminhadas pelas montanhas que costeiam o mar, um visual que fez valer a pena as 8 horas de caminhada.

Voltei a pegar o kiwi bus e seguimos viagem. Passamos por Punakaiki, onde fizemos uma paradinha para ver as Pancakes Rocks, um conjunto de rochas que têm um aspecto interessante, parece uma série de panquecas empilhadinhas. Partimos então para Lake Mahinapua, onde passamos a noite num hostel muito antigo, aliás, o mais antigo da Nova Zelândia. Na verdade, não tem nada pra fazer nesse local, mas é uma parada divertidíssima do Kiwi Experience que todo mundo acaba descendo. Todas as noites rola uma festa à fantasia para o pessoal do ônibus verde. Todo mundo improvisa no figurino e acaba saindo uma festança muito engraçada. Na noite em que estive lá, rolou a P Party, todo mundo tinha que ir fantasiado de algo que começasse com a letra P! Apareceu de tudo... Pocahontas, Pirates, Playing Cards, Princess, Police, Presents, Pregnants. Eu fui de Pippi Longstocking, conhecem? É uma personagem de um desenho animado que é bem famoso na Europa, aqui no Brasil o desenho também existe e se chama Pippi Meialonga. Abaixo, euzinha a caráter de Pippi!

A festa foi engraçadíssima mas teve um pessoal que acabou passando da conta na bebida. O Phillip, um rapaz que estava no meu quarto (estávamos em um quarto misto de 6 pessoas), ficou tão bêbado que de madrugada ficou com vontade de fazer xixi e não encontrava a porta de saída do quarto. Resultado: acabou urinando no chão, mais especificamente em frente à porta do quarto. Óbvio que o apelido do cara pelo resto da viagem foi MIJÃO!

Hora de chacoalhar a poeira e seguir adiante para o próximo destino. Partimos para a cidade de Franz Josef, onde está localizado o glaciar de mesmo nome. A região é belíssima e se destaca por apresentar um cenário completamente diferente da paisagem tradicional neozelandesa. Ao chegar ao Glaciar de mais de 12 km de extensão, se tem a sensação de que estamos na Antártica! Tudo é forrado de gelo. Não bastasse admirar esta maravilha, a gente ainda paga pra sofrer. Paguei 100 dólares para fazer um trekking de 6 horas no gelo! Sofrido, gelado, mas imperdível para quem vai a um lugar como esse. Estar rodeado de montanhas de gelo, passar por fendas finíssimas, chegar ao limite da força física são esforços inevitáveis e muito compensadores depois que se cumpre a missão.

De Franz Josef parti para o destino mais esperado: Queenstown, a cidade dos esportes radicais. Além de esportes radicais, Queenstown oferece uma vida noturna badaladíssima, gente bonita e animada e ainda é um vilarejo cheio de charme e personalidade. Tornei-me fã de Queenstown no momento em que coloquei os meus pés por lá!


No mesmo dia em que cheguei a Queenstown tomei uma atitude por impulso, sem pensar... Marquei um salto de pára-quedas para o dia seguinte e um salto de Bungy Jump para outro dia. E o pior do ato inconseqüente: paguei tudo no ato da reserva, sem chance de reembolso caso desistisse de fazer as atividades. Resultado: no dia seguinte, acordei bem lúcida, arrependida do ato impensado e morrendo de dor de barriga. O salto de pára-quedas estava marcado para as 9h da manhã. Acordei as 7h rezando para que estivesse chovendo canivetes para que o negócio fosse cancelado. Ao levantar a cortina do quarto, o sol já brilhava lá fora como nunca! Fui ao banheiro umas 3 vezes antes de ter coragem de sair do hostel. E lá fui eu... coração batendo forte, boca seca, pernas tremendo. Até chegar ao campo base de onde partiam os aviões eu já estava a beira de um ataque de nervos.

- “Mariana Stock!” – era a moça anunciando a chegada da minha vez! Fui para o hangar, onde me vestiram com um macacão apertado e desconfortável. Apresentaram então o instrutor que saltaria comigo, um rapaz baixinho, de cabelo espetado e cara de maluquinho. Pelo menos simpatizei bastante com ele. Andamos uns 100 metros até chegar ao aviãozinho. Assim que entrei no voador, a tensão e o medo sumiram como num passe de mágica! Estava tranqüila, serena, curtindo o visual do vôo. Subimos até 12.000 pés, aproximadamente 4.000 metros, altura em que saltaria.

- Preparada? – Diz Maluquinho.
- Eu ainda tenho alguma alternativa? – Diz Mariana.

Quando vi, já estava em queda livre, com milhões de sentimentos se passando do meu estômago ao meu último fio de cabelo. Foram 45 segundos de queda livre e a maior sensação de liberdade que eu já vivi. Uma sensação que a gente só sente quando faz isso, quando supera um medo, um trauma. Saltar de pára-quedas mudou a minha vida, se tornou um verdadeiro marco. Daqui por diante a medida de tempo se dá pelo antes e o depois do salto de pára-quedas. Recomendadíssimo a todos! Será que eu tenho chance como uma profissional de saltos de pára-quedas??? Abaixo, link para o vídeo do meu salto!!
De lambuja, neste dia ainda conheci a Virgínia, outra canadense que se tornou uma grande amiga! Vivemos juntas todas as pré-tensões de um primeiro salto de pára-quedas e isso nos uniu. Parece melodrama, mas é verdade, acabamos nos dando super bem, fomos viajar de carro juntas, saímos pra jantar e isso foi suficiente para contarmos todos os detalhes de nossas vidas.


E vocês pensam que acabou a dose de adrenalina?

No dia seguinte foi ainda pior. Achei que eu estaria super tranqüila para o salto de bungy, afinal já tinha passado pela grande prova do skydiving. Que nada, acordei no dia seguinte com 3x mais vontade de ir ao banheiro e 10x mais vontade de achar uma desculpa pra desistir. Lá fui eu, mais uma vez nervosa à beça a caminho do bungy jump, um dos maiores do mundo. Para chegar até o ponto do salto são 40 minutos de viagem, intermináveis 40 minutos! A condução vai subindo ladeira acima e não pára mais, só pára quando literalmente chega à beira do abismo. Haja sangue frio e muita coragem para manter a idéia de saltar quando se percebe a altura da queda. É assustador demais! Os preparativos para saltar de bungy jump são muito mais tensos do que o salto de pára-quedas! Não sei exatamente como se explica isso em nossa mente complexa, mas saltar de um penhasco amarrado por uma corda dá mais medo do que saltar de um avião a 4 mil metros de altura. Na hora do salto de bungy é só você, a corda e a sua coragem de mergulhar no vazio. Mais uma vez, segundos antes do salto, a tranqüilidade tomou conta de mim e foi um sossego pular de ponta! Abaixo, link para o meu salto de bungy jump.

LINK SALTO BUNGY JUMP: http://www.youtube.com/watch?v=HCGVkoaQ1tI

Nossa, já escrevi demais, o post ficou longuíssimo, mas é inevitável falar muito ao falar de Nova Zelândia! A percepção geral do país é fantástica, tudo funciona, a paisagem é surreal, o povo é muito simpático e as atividades para turistas são inúmeras. Dos países que passei, a NZ foi sem dúvida o país mais preparado para receber mochileiros, os hosteis são de altíssimo nível e a organização é impecável, coisa de primeiro mundo. Pena que os preços também são coisa de primeiro mundo. Pela primeira vez errei feio no meu planejamento de gastos e acabei gastando 3x mais do que esperava. Os esportes radicais são caríssimos – skydiving: U$ 500, bungy jump: U$ 290, - os hosteis tem preços bem acima dos países da Ásia e a alimentação é outra “facada”!

Mesmo extrapolando muito a previsão de gastos, vivi na Nova Zelândia dias incríveis que vão ficar guardados pra sempre em minha memória, e isso não tem preço que pague!

Com dor no coração, chegou a hora de partir para o Canadá, pensava eu... não é que acabei no Havaí!

Aguarde próximo post!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Cingapura e Malásia, um choque de percepções

Chegando em Cingapura


Cingapura


Skyline noturno - Cingapura


Roda gigante - Cingapura







Templo hindu - Little India




Hinduísmo - Little India





Hinduísmo - Little India






Chinatown







Comidas Esdrúxulas - Chinatown



Malaios muçulmanos




As Petronas - Malásia



2010 chegou! Feliz ano novo pra todo mundo!

Confesso que não estou criando muitas expectativas para o novo ano que chega, afinal, ano como 2009 vai ser difícil achar um páreo para concorrer. Sem dúvida, 2009 foi o melhor ano de toda minha vida, nem preciso justificar o porquê. Mas que venha 2010, o novo ciclo, os novos projetos e os frutos de tudo aquilo que já plantamos.

Bom, hoje faz exatamente 15 dias que cheguei ao Brasil, parece que foi ontem que chegava ao aeroporto Afonso Pena em Curitiba com minhas botas coloridas sendo recepcionada por aquele mar de gente querida, apitando e gritando, abraçando e beijando. Viajar é bom demais, mas voltar pra casa e se sentir amada é ainda melhor! Depois da euforia da chegada, vem aquele período de readaptação e “descompressão”, processo no qual ainda me encontro e não tenho idéia de quando isso acaba. Mas vou deixar pra contar mais sobre isso tudo que estou passando no último post da volta ao mundo, até lá espero que as coisas estejam um pouco mais claras em minha mente.


Hora de falar de Cingapura e Malásia, países que visitei depois da Indonésia. Minha querida amiga Fer também foi parceira na aventura por esses dois países. Confesso que este era um post que estava meio relutante em começar a escrever já que a Malásia foi um país que não me agradou muito, é sempre mais difícil falar das coisas que não gostamos. Já já eu conto mais sobre isso.

Primeiro explico porque resolvi falar de Malásia e Cingapura em um só post. A experiência por esses dois países foi algo meio conjunto, passamos 4 dias em Cingapura e de última hora resolvemos dar um pulinho em Kuala Lumpur, capital da Malásia, para ter um aperitivo do país, que acabou sendo meio indigesto no final. Além disso, Cingapura está praticamente infiltrada dentro da Malásia. É uma cidade-estado dentro do território da Malásia, a qual tem leis e regras completamente independentes. Não dá pra acreditar que num mesmo território co-existam dois países com realidades tão diferentes.

Cingapura é uma cidade-país fantástica! O país tem apenas 45 aninhos de independência, é o cúmulo da modernidade, da limpeza, da tecnologia, é o estereótipo de uma cidade-país que funciona perfeitamente bem. Cingapura me lembrou muito Hong Kong, as semelhanças estão em praticamente tudo o que vi. Ambos os países tiveram colonização britânica, fazem parte dos Tigres Asiáticos, são centros comerciais importantíssimos da Ásia, têm um custo de vida altíssimo, um desenvolvimento tecnológico incrível e por aí vai.

Poucos dias em Cingapura foram suficientes para perceber porque tudo funciona tão bem. Há multas para qualquer tipo de infração em Cingapura. Atravessou fora da faixa, multa. Comeu no metrô, multa. Fumou, multa. Jogou chicletes no chão, multa. Aqui o povo é educado na marra, qualquer pisada fora da linha é sentida diretamente no bolso.

Violência e sujeira praticamente não existem, parece uma cidade de conto de fadas. E como num conto de fadas mágico, Cingapura é morada de diferentes povos que atualmente convivem em paz, entre eles malaios, indianos e chineses. Cada povo tem o seu bairro étnico que parece uma miniatura de seu país de origem. Em Little India só vivem indianos que vivem à risca a sua cultura. O que mais se vê por lá são templos hindus, mulheres com seus lindos lenços, cheiro de curry, várias lojas de ouro e o único som que se escuta são músicas indianas. Em Chinatown, só gente de olhos puxados, lojinhas “vende-tudo”, falsificações de tudo quanto é produto e todas aquelas comidinhas esdrúxulas que só tem na China e nas chinatowns ao redor do mundo. Pra fechar com chave de ouro a visita a Cingapura, ainda demos uma volta na maior roda gigante do mundo, com uma vista impressionante dos arranha-céus. A percepção de Cingapura foi ótima, uma mistura de desenvolvimento extremo com uma sociedade multicultural!

Infelizmente não posso falar o mesmo de Kuala Lumpur, a capital da Malásia onde fizemos uma passagem relâmpago de 2 dias. Na realidade, seria uma grande injustiça falar mal de Kuala Lumpur, a verdade mesmo é que levamos muito azar nos dois dias que estivemos por ali. Parece que nada conspirou a nosso favor. Ficamos em um hostel horrível, na periferia da cidade, sujo e barulhento. Caiu um pé d’água absurdo que complicou qualquer caminhada na rua. E pra fechar a maré de azar, não conseguimos visitar o prédio das Petronas, o maior símbolo de Kuala Lumpur. As Petronas foram por muito tempo o maior prédio do mundo e representam o crescimento econômico da Malásia, a qual atualmente se destaca como uma das economias mais fortes do sudeste asiático. Infelizmente, não nos atentamos ao fato de que segunda-feira o prédio é fechado para turistas e demos com a cara na porta. Não soubemos lidar com as adversidades e deixamos o mal humor e a amargura tomar conta. Saímos de Kuala Lumpur odiando tudo. Hoje eu vejo que a maior culpada da péssima percepção da cidade fui eu mesma. Já dizia o velho ditado: “a beleza está nos olhos de quem vê”. Analisando isso agora, a Malásia já entrou para a minha lista de prioridade dos países a serem visitados num futuro próximo. Quero tirar essa percepção ruim de Kuala Lumpur e ir além da capital. A Malásia é famosa por ter um ecossistema riquíssimo, com milhares de espécies de flora e fauna, além de praias paradisíacas, eu não posso deixar de conhecer isso.

Malásia me aguarde, porque eu volto pra consertar essa confusão de percepções que eu fiz!

Próximo destino: Nova Zelândia, o país das aventuras radicais!