Demorou mas chegou... hora de falar de Itália e de italianos, de gente animada, gente bonita, de bagunça no trânsito, de um país lindo que tem muita coisa boa para mostrar! Aqui, brasileiro se sente literalmente em casa. Não importa se você fala inglês, italiano ou português, é possível se comunicar com qualquer pessoa sem problemas, nem caras feias.
Eu já tinha passado pela Itália há alguns dias atrás durante minha estadia na casa da Camila em Milão, mas retornei ao país com minha família para fazer um desbravamento mais profundo da Itália.... ficamos aqui uma semana. Começamos a nossa rota por Roma, de lá partimos de avião para Veneza, de Veneza pegamos um trem até Florença e em Florença alugamos um carro e fomos descendo pela linda região da Toscana passando por Siena, Civita di Banoregio, Orvietto até chegar em Roma novamente. Um roteiro lindo que recomendo a todos que forem à Itália.
Vamos por partes...
Roma foi inteiramente desbravada a pé! Conhecemos toda a cidade velha, o Coliseu, o Panteon, a Piazza Navona, Fontana di Trevi e o Vaticano, tudo com Oscar... “os carcanhar” (hehe), haja disposição para tanta andança!
Depois de passar pelo Egito e ouvir a versão deles sobre a história, chegou a hora de ouvir a versão dos romanos. A verdade é que cada povo puxa a sardinha para o seu lado, destacando fatos mais convenientes e omitindo outros que não sejam lá tão interessantes para a integridade histórica do país. O que me parece é que os romanos realmente foram um povo briguento e bastante forte já que sabiam fazer grandes alianças! Fiquei bem impressionada com a grandiosidade e estrutura do Coliseu, o estádio mais antigo do mundo. Não há dúvida de que os estádios atuais tiveram sua arquitetura inspirada no Coliseu. Há quem diga que não foi só a arquitetura dos estádios que se manteve parecida... desde aqueles tempos os melhores gladiadores, comparados aos jogadores de futebol atuais, eram celebridades nacionais. Ironicamente, também naquele tempo as raras possibilidades de uma pessoa pobre se tornar rica era entrando para a vida de gladiador.
O estado do Vaticano foi um espetáculo e uma decepção ao mesmo tempo. Fiquei deslumbrada com a praça e Basílica de São Pedro, a grandiosidade e imponência desta basílica que está entre as 5 maiores do mundo. A parte da decepção ficou por conta da Capela Sistina... primeiro de tudo que a Capela Sistina está dentro de um museu. Na verdade é muita generosidade dizer que aquilo é um museu, mais parece um corredor em forma de labirinto. Zilhões de pessoas andando juntas, é impossível parar já que não existem pessoas, mas sim uma única massa humana que se move de uma só vez. Parar para ver as obras que estão expostas nas paredes do museu é piada. Depois de uma hora andando como uma sardinha enlatada a gente chega na sala Sistina, isso, sala porque pra mim aquilo não é Capela de jeito nenhum. Entrei imaginando que veria aquela obra de Michelangelo – A criação de Adão – (a obra dos dedos que se tocam) enorme no teto... nada disso. Para achar esta obra é preciso prestar bastante atenção para encontrá-la. Esta foto que vocês estão vendo eu tive que usar o maior zoom da minha máquina para chegar neste close. A Sistina realmente decepcionou.
Bom, a parte melhor a gente deixa para o final: Veneza foi a minha paixão na Itália, sem dúvida umas das cidades mais especiais que passei na Europa. Não há nada igual e nem parecido. Veneza é única, é um encanto só. Basta chegar à cidade para entender porque Veneza é tão famosa. Aqui não há carros para poluir a paisagem, apenas barcos que trafegam para lá e para cá nos canais que se infiltram por toda a cidade. Barcos cargueiros, se misturam com taxis fluviais, canoas e charmosas gôndolas que levam os casais apaixonados ao som de cantigas italianas. Nas ruazinhas, muitos comércios, principalmente de máscaras venezianas e cristal de Murano. Até o comércio contribui a cidade ter toda essa aura mágica. Imperdível em Veneza é conhecer a praça e basílica de San Marco. É possível ficar horas sentada no chão admirando a paisagem e não se cansar. A beleza de tudo é tão grande que amortece qualquer dor muscular.
A região da Toscana foi outro grande fascínio na Itália, ainda mais depois de ter visto e me apaixonado pelo filme Sob o Sol de Toscana. Passear de carro por aquelas estradas, margeadas por plantações de girassol e rolos de feno é um deleite, as horas do dia passam rápido como num sonho bom. Pousamos em Siena e Orvieto, duas cidades medievais lindinhas e inusitadas. Fomos presenteados com dois dias lindos de céu azul e finais de tardes maravilhosos. O pôr do sol em Toscana é tão lindo que compete com o pôr do sol africano.
O roteiro pela Itália foi tão bom que acabou passando rápido demais. Em cada cidade que parávamos chegávamos à conclusão de que deveríamos ficar pelo menos mais uma noite, para ir um pouco mais além do que a visita trivial. Não restam dúvidas, ao ir à Itália reserve mais do que uma semana para conhecer todos os encantos que ela tem a oferecer.
Partimos para a Grécia já com saudades da Mama Itália.