terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Indonésia, o começo do fim!

Paraíso dos surfistas


Padang Padang Beach



Final de tarde único






Celebrações em família



É foto, não é pintura!




Uluwatu Beach





Wayan, Made, Nyoman, Ketut, Wayan II




Templo de Uluwatu



As plantações de arroz no interior da ilha




Guer Guer Beach



Todo mundo contemplando o final de tarde



O conforto...



O céu é sempre encantado aqui




E de repente, chegou a hora de viver uns dias na Indonésia.

Meu vôo saiu de Bangkok e chegou na capital da Indonésia, Jakarta, já era quase noite e o calor ainda era muito intenso. Do aeroporto fui direto para um hotel próximo para descansar. Infelizmente acabei não conhecendo Jakarta porque no dia seguinte cedo já tinha um vôo marcado para a ilha de Bali, o paraíso dos surfistas.

Na verdade, minha experiência na Indonésia se resumiu a Bali, a ilha mais famosa do país. Bali acabou sendo um destino com mudanças radicais no andamento da viagem, senti que aqui começou a reta final da sonhada volta ao mundo.

Explico:

A primeira grande mudança é que neste país tive a companhia mais do que especial de minha amiga Fer Habinoski. Ela veio do Brasil passar as férias comigo na Indonésia e foi uma delícia ter uma parceira nesses dias. Eu já tinha esquecido como também é gostoso ter companhia de uma grande amiga numa viagem como essa, ter alguém pra conversar no mesmo idioma, na mesma freqüência, ter um pedacinho da vida do Brasil aqui comigo. Que delícia!



A segunda grande mudança foi o conforto! Ahhh o conforto... Aqui eu vivi dias de rainha, com direito a estadia em resort e refeições em restaurantes incríveis. Posso dizer que aqui eu passei realmente bem, como uma bon vivant. A mudança para o luxo foi em função de minha parceira de viagem. Eu conheço bem a minha amiga Fer e colocar ela no estilo de viagens que eu estava fazendo, hospedada em hosteis, com banheiros compartilhados, comendo na rua, não ia ser algo muito agradável para as férias tão merecidas de minha amiga querida.

A terceira e mais radical mudança foi cultural e visual. Na verdade foi um pequeno choque, fui pega de surpresa com a primeira impressão de tudo na Indonésia. Ao chegar em Bali, mais especificamente em Kuta, a praia onde nos hospedamos, fiquei espantada com a quantidade de comércio nas ruas. Não falo do comércio que eu já estava acostumada nos outros países, aquelas vendinhas na calçada de Hanói, as comidas de rua na China, os mercados de artesanato do Laos, mas o comércio ocidental em sua verdadeira essência. Bali é dominada por milhares de lojas Rip Curl, Quicksilver, Oakley, Calvin Klein, Havaianas (sim, havaianas!), shoppings, todos os tipos de fast food, restaurantes requintados e até um mega Carrefour. Bali é 100% terra de turistas, com uma infra-estrutura incrível, aqui todo mundo fala inglês. Digo que essa mudança foi um divisor de águas em minha viagem porque senti que a experiência única e transformadora que vivi nos países asiáticos realmente estava chegando ao fim. Eu sei que Bali ainda faz parte da Ásia, mas tive a impressão de que ela está virando a casaca para o Ocidente.

Bom, deixando clara esta mudança de cenário, posso começar a falar mais sobre a deliciosa experiência em Bali.

O povo foi o grande destaque do país, nunca vi gente tão querida, tão feliz, tão comunicativa. Aonde a gente vai tem gente perguntando como você está, como é o seu nome, da onde você é. Às vezes eles são tão simpáticos que chegam a ser meio intrometidos... “Onde você tá indo?” Eita perguntinha indiscreta que esse povo tem mania indagar.

Outra mudança que não citei anteriormente, mas que foi bem diferente aqui em Bali foi a questão da religião. Nos últimos países que passei, a religião dominante era o budismo, já aqui em Bali quem domina mesmo é a religião hindu, apesar da maioria na Indonésia ser muçulmana. O hinduísmo daqui tem algumas diferenças se comparado ao hinduísmo praticado na Índia, mas eu não me arrisco a pontuá-las, só posso dizer que esta foi mais uma religião que me deixou curiosa e doida pra entender um pouquinho mais.

Bali está dominada pelos templos, praticamente a cada 100m é possível ver um templo hindu. O que mais se destaca, no entanto, é o templo de Uluwatu, também conhecido como templo dos macacos já que os pequenos primatas dominam o território. O templo é lindo, ainda mais quando iluminado pela luz do sol do final de tarde. Os macaquinhos dão um toque todo especial ao lugar, mas intimidam um pouco por formarem um verdadeiro batalhão de macacos, centenas e centenas por todos os lados. Eles estão acostumados com o trânsito de turistas e aprenderam a ser muito oportunistas... roubam comida daqueles que se descuidam, abrem nossas bolsas, sobem em nossas cabeças.




O povo hindu tem uma série de comemorações, praticamente todo mês tem celebração nos templos e nas ruas, o que torna a ilha sempre viva e alegre. Levamos sorte ao visitarmos o templo de Uluwatu porque justamente naquele dia estava havendo uma celebração por lá, cheia de cheiros, cores e sons.

Em função da religião, aqui na ilha ainda vigora aquela questão polêmica das castas, a qual segrega pobres, ricos e sábios. Outra questão super curiosa por aqui são os nomes das pessoas. No primeiro dia, pegamos um taxi até uma das praias e perguntamos o nome do taxista, o qual respondeu que seu nome era Wayan. No mesmo dia, pegamos outro taxi para voltar pro hotel e fizemos a mesma pergunta pro outro taxista. “Como é o seu nome?” “Wayan”. Que coincidência, né? Bom, no dia seguinte, pegamos outro taxi e nossa curiosidade nos obrigou a fazer a mesma pergunta. A resposta mais uma vez foi Wayan. Não é possível! Inconformadas com tanta coincidência, perguntamos por que todo mundo se chamava Wayan nessa ilha. Aí sim entendemos... na casta Sudra, a de menor valor na hierarquia e também a mais dominante entre os locais da ilha, os nomes das pessoas são dados de acordo com a ordem em que elas nascem. O primeiro filho é sempre Wayan, o segundo é Made, o terceiro Nyoman e o quarto é Ketut. Se tiver um quinto ou sexto, a contagem recomeça... Wayan segundo, Made segundo e por aí vai. No caso das mulheres, a única mudança é que tem um “Ni” na frente do nome. Ni Wayan, Ni Made, Ni Nyoman... As pessoas se diferenciam através de seus sobrenomes ou por apelidos. Se eu fosse uma balinesa, seria a senhorita Ni Made Stock! Simpatizei com meu nome balinês!

As praias de Bali fazem jus a sua fama de paraíso, são lindíssimas, dominadas pelos milhares de surfistas que transitam pela ilha. Onde tem mar, tem prancha, tem gente pegando onda. Eu não entendo nada de ondas, mas as daqui são particularmente bonitas, grandes, perfeitinhas como se tivessem sido pintadas num quadro.

Além de belas ondas, Bali também soube mostrar os pores-do-sol mais maravilhosos do mundo. Durante esses últimos meses, percebi que sou uma fã assídua de pôr-do-sol, é algo que realmente me comove, me coloca na posição de espectadora, num estado contemplativo gostoso. Cada vez que tenho a chance de ver um pôr-do-sol me sinto profundamente agradecida e abençoada por presenciar mais uma obra divina. Bali me deixou nesse estado iluminado por diversas vezes, os finais de tarde por lá são verdadeiros presentes preciosos, memórias para toda a vida.

Bom, como já disse, Bali marcou o começo de uma nova fase na viagem, a reta final deste sonho. Tenho vivido tantas coisas intensas que a passagem do tempo se tornou uma experiência contraditória. Ao mesmo tempo em que parece que faz anos que estou vivendo essa experiência, levando em conta a quantidade de coisas que vi, aprendi e cresci, por outro lado parece que foi ontem que essa aventura começou. Tudo passa muito rápido, tudo é muito intenso e transformador.

Isso tudo explica o atraso nos meus posts no blog Mundo Bão. Estou há apenas duas semanas de voltar para o Brasil e ainda estou no post sobre a Indonésia. A questão é que foi justamente em Bali que caiu da ficha de que eu deveria me dedicar ainda mais a aproveitar essa viagem do que investir o tempo em escrever. Eu amo escrever, fotografar e postar, mas eu sei que tenho todo o tempo do mundo para fazer isso, ao passo que aproveitar essa viagem eu só tenho uma chance: agora! Acho que vocês vão me perdoar se eu chegar no Brasil e ainda estiver postando, né? Prometo que contarei tudo, até o fim!

Em breve tem mais sobre Cingapura e Malásia.

(Em breve Mariana Stock chega no Brasil, dia 22 de Dezembro estou aí. Que frioooo na barriga!!!)



6 comentários:

  1. Sisteeeerrrr!!
    Ai que saudade de vc! Nem acredito que ta acabando linda!
    Dou toda força do mundo pra vc se dedicar ao agora... faça seu diario de bordo e posta quando tiver tempo!
    A Indo eu ainda vou CERTEZA!! Quero trocar figurinhas...
    Fiquei, digamos assim, intrigada com a quantidade de surfistas... muitos mesmo é???
    Te amoooooooo
    Beijocas

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  2. Amiga amada!
    Que delícia reviver a nossa experiência em Bali :)
    Estou com saudades das nossas férias já!!!
    Que bom que logo vc está aqui e novas histórias virão!!!
    Te amo, beijos, Fer.

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  3. Se vc fosse uma balinesa seria minha Ni Made Amada (Ju vc seria minha Ni Wayan Amada) e estou morrendo de saudades de minhas Nis (se é que se pode falar assim). Aliás não se deve deixar uma mamãe sozinha assim tanto tempo, é uma judiação...
    E o que é esse macaquinho agarradinho em vc? Ele queria pegar um pouco da energia boa da minha Amada..
    Pra variar filhota, um show fotográfico!!!
    Bjossssss

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  4. FANTASTICO AMORE!!

    Vibrei muito com essa viagem de vcs! Fiquei feliz demais por voces duas!!
    Tinha certeza que Bali te conquistaria, e q vc tem tudo a ver com essa maravilha!!
    Eu fico aqui já imaginando o arquivo irado de fotos que vc ja tem vidica!! meeeeuuuuu
    12 dias!!
    neoqeav
    Eu

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  5. Tá chegando a horaaaaa.....de matar a saudadeeee..
    Estaremos lá , com certeza !
    Bj
    Tia Lucia

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  6. Miri
    mesmo "você" não querendo, não resisto e preciso comentar...
    Pensando nas belezas que você tem observado mundo afora espero que você aprecie com nova sensibilidade as belezas que te cercarão aqui na volta.
    Que o nosso por-de-sol, mesmo sendo mais modesto, um simples vira-lata, o cruzeiro do sul numa noite estrelada e inúmeras outras coisas sejam capazes de te deixar estasiada e em estado contemplativo, pois, a beleza está nos olhos de quem vê e, com certeza, seus olhos vão voltar carregados!
    Vamos nos sentir muito felizes em poder compartilhar as novas sensações com você.
    Te esperamos com saudades!
    Beijos
    Roland

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