sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Canadá, amizades em foco


O símbolo maior do Canadá


 Vancouver



 Vancouver


 Vancouver




 Toronto


 Niagara Falls


 Niagara Falls


 Old Montreal


 Montreal


 Montreal - Biodome


 Montreal - Notre Dame


 Quebec


 Quebec


O Canadá foi eleito por mim o país dos amigos, o país mais amigável de todos! Na lista de pessoas que conheci durante a viagem, a grande parte dos amigos são do Canadá. Além disso, no Canadá eu conheci muitos brasileiros que foram grandes parceiros de viagem que eu não vou esquecer nunca. Neste post, vai ficar claro que conheci gente especial em cada lugar que passei neste país enorme que é o Canadá.

Cheguei no país por Vancouver depois de toda a confusão gostosa que rolou no Havaí. Vancouver é a principal cidade da costa oeste do Canadá e é uma cidade modelo: organizada, moderna, tecnológica, com praia e montanha ao seu redor. Vancouver é realmente cosmopolita e descolada, não é a toa que foi considerada por 5 anos consecutivos a melhor cidade do mundo para se viver. Eu me arrisco a dizer que Vancouver compete com Londres em matéria de cidade completa e cheia de encanto. Por si só, a cidade já é um espetáculo, mas minhas experiências por lá fizeram de Vancouver uma cidade ainda mais especial! Aqui eu fiz, pela primeira vez, a experiência de Couch Surfing na origem da palavra. (Quem não sabe o que é Couch Surfing, clique aqui!) Eu não poderia terminar uma viagem de volta ao mundo sem dormir na casa de um maluco! Achei que o Canadá era o país ideal para iniciar a prática como Couchsurfer oficialmente. Entrei no site do CS, elegi 4 candidatos a anfitriões em Vancouver, entre eles 2 homens e 2 mulheres. Escrevi a todos eles perguntando se poderia usufruir de seus sofás por alguns dias. Para a minha surpresa, recebi resposta positiva de todos eles! Aí fiquei numa dúvida danada sobre qual deles deveria escolher. Lembrei que uma das dicas que havia recebido de couchsurfers mais experientes é que eu começasse ficando em casa de mulheres. Sendo assim, escolhi a casa de uma das meninas, certo? Errado! Fugi do senso comum e segui a minha intuição. Eu tive mais empatia com o Rob e resolvi que Rob seria o meu anfitrião no Canadá e também no Couch Surfing.


Cheguei a Vancouver às 5h da matina. Levei um susto danado ao chegar à imigração do Canadá. Nunca ninguém tinha me dito que os caras são mais chatos que a imigração dos EUA. Fui pega de calça curta! O cara começou a me fazer 1001 perguntas... “Onde a senhorita vai ficar? Qual é o seu endereço no Canadá? Na casa de quem? Qual é a sua relação com esta pessoa? Quantos dias você vai ficar? Qual é o seu objetivo no Canadá?”. Não me restou alternativa a não ser contar uma verdade embrulhada de mentira. “Eu vou ficar na casa do Rob, tá aqui o endereço dele (escrito num papel de pão). Nós somos amigos há anos, inclusive, no ano passado ele foi me visitar no Brasil, esse ano ele me convidou para vir visitá-lo”. Para quem foi pega de surpresa com sabatina de perguntas, acho que até me saí bem. Pelo menos consegui entrar no país! Ufaaa! Depois de sentar um pouco e me recuperar do susto fui pegar um metrô e tentar achar a tal da casa do Rob, que na verdade nunca tinha visto na vida! Já eram seis e tantas da manhã e o céu ainda estava um breu! A temperatura, -5 graus. Um tanto quanto gélida para uma criatura que estava a 6 meses somente em países ensolarados e quentinhos. Finalmente, bati na casa do Rob às 7h da manhã. Fiquei no mínimo uns 15 minutos batendo na porta e nada de alguém aparecer. Já estava quase desistindo de minha empreitada de sofá, quando apareceu uma cara amassada de sono:


- Oi, é você Mariana. O sofá é ali (apontando para a direita), este é o Stanley (o cachorro), ele dorme no sofá, junto com vc no caso. Eu vou voltar a dormir, depois nos falamos, ok?

Stanley - na briga pelo sofá!

E assim começou minha estadia em Vancouver. Confesso que estava me sentindo meio desconfortável naquela situação. O Stanley acabou sendo um super parceiro, mas o bichinho roncava demais!! No meio da noite, tinha que chacoalhar o cão para ver se ele baixava o volume do ronco. (Isso tudo me lembrou o trem da China!). Bom, o início foi estranho, me senti meio mal, tinha 6 pessoas morando na casa e quase ninguém falava comigo. Depois entendi que a coisa mais normal do mundo naquela casa era ter algum indivíduo estranho dormindo no sofá. Acabei me acostumando com a situação e depois de alguns dias já estava me sentindo em casa! O Rob acabou tirando um dia de folga só pra me mostrar Vancouver sob a ótica dele. Foi o máximo, fui até na casa da avó dele e ficamos batendo o maior papo.

Rob

Nos últimos dias, já não agüentava de dor nas costas em função das pestanas no sofá com o Stanley. O Rob percebeu minha cara de mal dormida e me convidou para dormir com ele no quarto dele. Que pouca vergonhaaaaaaaaaaaaa, pensei! Esse cara tá me achando com cara de brasileira safada. Com toda a educação do mundo, recusei o convite indecoroso. Para a minha surpresa, no dia seguinte aparece outra couchsurfer na casa. Só me falta isso agora, além de dividir o sofá com o cachorro ter que dividir com essa moça, pensei. Comecei a bater papo com ela, a Hanne, uma escocesa muito gente boa. Sutilmente, introduzi a questão de onde cada uma iria dormir naquela noite. Ela fez uma cara de estranhamento e me perguntou:

- Você tá dormindo nesse sofá com o Stanley??

- Sim, estou. – Respondi.

- Mas por que você não está dormindo com o Rob?

Fiz cara de estranhamento e não respondi à pergunta.

- Nossa Mariana! Há tempos que eu não fico em um sofá na casa de couchsurfers. É desconfortável demais! Não há quem agüente! Quando pergunto pra pessoa se posso ficar na casa dela, já vou logo perguntando se tem um quarto pra mim. Em sofá EU NÃO FICO.

Fiz cara de surpresa, me achando a pessoa mais retardada do mundo. Permaneci muda.

- Vamos dormir lá em cima com ele Mari. Eu durmo na cama com ele e você dorme no colchão no chão.


Simples assim minha gente! O convite do Rob não tinha nada de indecoroso. Pra ele, era default convidar os surfers para dormir no quarto com ele. Resultado: dormi as últimas noites no quarto do Rob, junto com ele e com a Hanne! Situação mais normal do mundo (no Canadá, é claro)!


De Vancouver parti para Whistler, uma estação de esqui a 120km de Vancouver que é lindíssima, com pistas de ski e snowboard com todos os níveis de dificuldade possíveis. Passei o dia esquiando lá e fiquei impressionada com a estrutura da estação. Este é um dos lugares onde está acontecendo atualmente as Olimpíadas de Inverno, um mega evento que o mundo todo está de olho.


Voltei a Vancouver e de lá peguei um avião para Toronto, na outra costa do país. Toronto acabou sendo uma cidade conectora para mim. Não curti muito o astral da city, mas ela foi fundamental para que eu conhecesse outras cidades que foram espetaculares. Além disso, em Toronto conheci o Breno e o Frederico, dois brazucas que viajaram comigo para Niagara Falls. Dois grandes parceiros que marcaram a volta ao mundo também.

Breno

Meu objetivo na costa leste era conhecer a parte francesa do Canadá. Em Toronto comecei a ver as possibilidades de ir a Montreal e Quebec. Via trem estava muito caro e via ônibus o negócio estava complicado e demorado. Passei um dia inteiro tentando planejar a viagem até Montreal e Quebec, mas o negócio não desenrolava. Quando achei que tinha achado a solução logística na internet, fui até a rodoviária para comprar os bilhetes e o moço falou que nada daquilo que eu pretendia tinha como fazer. Já estava de cabeça quente, prestes a desistir de ir pra Quebec quando comentei a situação com uma pessoa na cozinha do meu hostel e ela disse. “Pega uma carona!” Como assim, pega uma carona? A pessoa me explicou que no Canadá existe um site bem interessante que organiza caronas de uma cidade para a outra. Era a solução de todos os meus problemas! Lá fui eu entrar no site e agendar a minha carona até a cidade de Montreal. Pra melhorar ainda mais, a carona é muito mais barata do que qualquer outro meio de transporte. Marquei minha carona para o dia seguinte e fiquei feliz da vida com a solução prática. No dia seguinte, a história da carona foi longa e complicada, mas eu vou resumir. Cheguei lá no lugar marcado, minha carona não tava. Liguei no contato, disseram que o ponto de encontro havia mudado. Peguei mais um metrô e fui até o outro ponto de encontro, chegando lá.... a carona tinha partido! Tinha mais um carinha lá que estava na mesma situação que eu. Aí, surgiu um cara que disse que faria o favor de levar a gente até Montreal mas teríamos que pagar mais 30 dólares. O barato saiu caro! Pagamos e fomos. O motorista era um sujeito mal humorado e mal encarado que falava uma língua muito estranha. No meio da viagem, começou uma nevasca absurda e claramente o motorista estava muito inseguro em dirigir naquelas condições. Parou o carro, no meio da nevasca, foi dar uma olhada nos pneus pra ver se tinha algo errado. Nada de errado, só a tensão no carro e o medo de não chegar a lugar nenhum com esse motorista leigo. Meu Deus! Graças ao Pai, 6 longas horas depois, chegamos a Montreal, sãos e salvos!


Montreal é a cidade da Jéssica, minha amiga querida que conheci na China, lembram? Pois é, em Montreal a gente se sente na França, mas numa França muitíssimo mais simpática do que a que conheci em Paris. A língua oficial é o francês, as influências na arquitetura, culinária, jeito de viver são essencialmente francesas também! A cidade está dividida entre a Nova e a Velha Montreal. Uma divisão invisível, porém mais visível do que um muro. De repente, aquela cidade moderna vai ficando velha, velha, velha até termos a sensação de chegar a uma cidade medieval. Se existe uma palavra para descrever Montreal, esta palavra é charme! Charme pra cidade, charme para as pessoas, charme para o jeitinho de tudo!


Dei adeus à charmosa Montreal e fui pra Quebec, outra francesinha do Canadá. Em Quebec o ponto alto teve nome e sobrenome: BETINA ABRÃO! Um anjinho que surgiu em minha vida alguns dias antes de minha partida do Brasil. A conheci em uma balada em Curitiba, ela era amiga de uma amiga da minha irmã. Começamos a conversar e ela comentou comigo que estava morando em Quebec. Quando eu disse que estava de partida para uma viagem de volta ao mundo, ela insistiu que eu ficasse na casa dela quando passasse em Quebec. Quase 7 meses depois, eu já tinha até me esquecido da Betina. Foi aí que ela me mandou um email justamente quando eu estava em Toronto decidindo meu destino. “Tô te esperando aqui em casa, viu Mari.” Um anjo em minha vida! Fiquei na casa da Be e nos primeiros 5 minutos de contato estabelecemos uma amizade, uma sintonia que não existem palavras pra descrever! Passei somente 2 dias em Quebec que foram maravilhosos. A Be tirou os dois dias off do trabalho para me levar conhecer a terrinha. Quebec é a cidade dos castelos, das carruagens, dos muros e acima de tudo, DO FRIO. Aqui peguei a menor temperatura de toda a minha vida: - 20 graus. É um frio molhado que entra em qualquer buraquinho do sapato e congela os pés! Apesar disso, a beleza da cidade é tanta e a companhia era tão boa, que o frio foi superável. Tudo que é bom acaba rápido mesmo. Quando vi, já era hora de dizer tchau a minha amiga Betina.

Betina e Eu - 5 horas de bate papo neste restaurante!

Hora de voltar para Toronto e encarar um “busão” para NY. Últimos dias de viagem e sinto que uma parte do coração já está indo para o Brasil.

Mas ainda tem mais....

Próximo post: NOVA YORK!

4 comentários:

  1. Não sei pq,mais esse foi o post que eu mais gostei, haha! Foi legal de ler, e ver o olhar de quem viajou o mundo, sobre o meu país(por um ano de vida),e eu concordo com tudo que você falou!

    Concordo mais ainda com a amizade em foco,que se inicou no CAN,vai passar por BH, Ctb, Rio, Caraiva e cair no mundo, né não Sebastião!

    Beijão pra vc! :)
    Breno Vancouver/Toronto/BH haha!

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  2. Miriiii

    mil anos dpois vim dar uma olhadinha nesse blog... ja tinha ate esquecido como é delicioso de ler e viajar por suas historias...
    o Canadá sempre foi um pais que me chamou muita atençao por sua aparente organizaçao, desenvolvimento, e ate superioridade com relaçao aos d+ paises, e agora que eu tenho o selo de qualidade Miri Stock ele passou a ser mais irresistivel ainda! hehe
    e essa historia do Rob eu juro que conseguia ouvir sua voz me contando os detalhes...
    saudades de bater papo pessoalmente =/

    beijosssss

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  3. Oi, somos alunos da Ju e gostamos do seu blog. Parabéns.
    Eduardo e Leonardo do 5º ano A.

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  4. Oi, adoramos de paixão seu blog...

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